Notícias
Renan destaca importância do Curso de Plâncton para a autonomia do Projeto Lagoa Viva no monitoramento biológico
22 de Setembro de 2025 por Luiz Guilherme Dib

Capacitação técnica amplia pesquisas sobre plâncton e garante mais independência ao monitoramento das lagoas de Maricá
Em setembro de 2025, foi iniciada uma capacitação técnica para análise de plâncton - com módulos online da parte teórica e aulas práticas no início de outubro. O biólogo Renan Amorim, pesquisador do Projeto Lagoa Viva, destacou a importância dessa nova etapa de capacitação técnica voltada para o estudo da comunidade planctônica. O curso, ministrado pela doutora Vanessa Gazulha, bióloga com mais de 15 anos de experiência e especialista na área, está qualificando a equipe do projeto a realizar análises independentes, sem a necessidade de terceirizações, como já ocorreu no passado.
Segundo Amorim, tanto ele quanto a pesquisadora Laina Caetano, do Laboratório de Macrofauna Bentônica do Lagoa Viva, estão sendo preparados para conduzir estudos aprofundados sobre a dinâmica das comunidades fitoplanctônicas — microalgas que desempenham papel fundamental nos ecossistemas aquáticos. Um exemplo recente da relevância desse conhecimento foi o fenômeno da bioluminescência observado nas lagoas, provocado por dinoflagelados do gênero Noctiluca, um grupo específico de fitoplâncton.
Além de serem a base da cadeia alimentar e fundamentais na produção de oxigênio por meio da fotossíntese, o fitoplâncton atua como bioindicadores da saúde ambiental. No curso, a equipe também está se aprofundando no estudo do zooplâncton, animais microscópicos que se alimentam do fitoplâncton e são um elo essencial na transferência de energia dentro da teia alimentar aquática.
Outro ponto de destaque é a análise das cianobactérias, que fazem parte também do fitoplâncton, mas que não são microalgas propriamente ditas. Essas bactérias podem, em determinadas condições, produzir toxinas nocivas ao meio ambiente e à saúde pública. O monitoramento constante, segundo Amorim, permite identificar e alertar a população sobre potenciais riscos, como dermatotoxinas e outras substâncias prejudiciais.
Com essa capacitação, o Lagoa Viva fecha uma lacuna importante em seu escopo de monitoramento biológico, fortalecendo as ações de pesquisa e conservação no sistema lagunar de Maricá. “Esse conhecimento nos dá autonomia para aprofundar os estudos e garantir que a população esteja sempre bem informada sobre a qualidade e a saúde do nosso ecossistema aquático”, conclui o pesquisador.